Como é o Passeio para Nadar com Tubarão-Baleia na Riviera Maya

Nadar com Tubarão-Baleia

Poucas experiências de viagem me marcaram tanto quanto nadar com o tubarão-baleia no México. Já tinha visto vídeos no YouTube e lido alguns relatos em blogs, mas estar cara a cara com o maior peixe do mundo é algo completamente diferente. O passeio em si é cansativo mas, no final, vale cada minuto! Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

Aqui vou contar em detalhes como foi o passeio, o que observei sobre os preços, as regras obrigatórias impostas pelas autoridades mexicanas e, principalmente, o que aprendi nessa experiência. Se está pensando em incluir essa atividade na sua viagem para Cancún, Playa del Carmen, Tulum ou Isla Mujeres, recomendo fortemente que leia até o final.

Quanto custa nadar com tubarão-baleia no México?

Antes de fechar com uma agência, pesquisei muito. Os preços variavam de US$ 120 a US$ 200 por pessoa. No começo, pensei que a diferença de preço significava serviços diferentes. Mas descobri que, no fundo, isso não faz sentido.

No final os capitães de todos os barcos se comunicam por rádio, então, quando um grupo de tubarões-baleia é avistado, todos vão para a mesma região. Ou seja: não importa qual agência você escolha, a experiência será praticamente a mesma. Além disso, as agências devem seguir regras que são padronizadas pelo governo mexicano, focadas na conservação, então não há muita diferença no roteiro básico.

Eu verifiquei se essas regras vinham da polícia ou de órgãos de preservação, e sim, são regulamentações federais para proteger os tubarões-baleia, que são espécies vulneráveis. Por exemplo, as normas incluem limites no número de mergulhadores por animal e proibições de toque. Além disso, se houver menos de cinco tubarões na área, ninguém pode entrar na água. Então, por que pagar mais por algo idêntico?

A única diferença real é se você contratar um passeio privativo, o que pode custar a partir de US$ 950 por barco. Esse tipo de passeio pode oferecer mais flexibilidade, como ir para regiões mais afastadas, mas só faz sentido se você estiver em um grupo grande e disposto a investir por exclusividade. Se fizer sentido para você, o preço mais barato que encontrei foi com o do Danny e, em Agosto de 2025, ele estava cobrando US$ 950,00 pelo barco. O número dele é +529982004424.

No meu caso, optei pelo barco compartilhado com a Isla Sea Tours, que oferecia o passeio por US$ 119 (mais taxas do cartão) saindo de Isla Mujeres. Além do preço, o que me fez escolhê-los foi a possibilidade de usar roupa de neoprene ao invés do colete salva-vidas — algo que nem todas as agências oferecem.

Se você mergulha com cilindro como eu, já tem o equipamento, mas se não, alugar pode custar uns 15 dólares extras – e aí o colete grátis acaba sendo mais prático e seguro, especialmente se você não for expert no mar.

Regras obrigatórias durante o passeio

Independentemente da empresa escolhida, as regras para o nado com tubarões-baleia são as mesmas, pois são definidas pela conservação marinha local. Isso garante segurança para turistas e, principalmente, para os animais.

As principais regras são:

  • Dispositivo flutuante: cada turista deve usar colete salva-vidas ou roupa de neoprene – mas essa última nem sempre é permitida pela agência.
  • Máximo de duas imersões por pessoa: cada turista só pode nadar duas vezes com o tubarão-baleia.
  • Duplas na água: as imersões são feitas em pares, sempre acompanhados de um guia.
  • Contato físico proibido: nunca é permitido encostar no animal.
  • Distância segura: recomenda-se manter pelo menos 2 metros de distância do tubarão-baleia.
  • Quantidade mínima: só é permitido entrar na água se houver pelo menos cinco tubarões-baleia presente, para evitar estressar os animais.

Essas regras tornam a experiência padronizada. Não adianta pagar mais caro esperando um “diferencial”: todos terão o mesmo tempo de mergulho, as mesmas condições e limitações. Ah, e sobre crianças: a idade mínima varia por operador, mas geralmente é a partir de 5 a 8 anos, dependendo da empresa e da habilidade de nado da criança. Eu recomendo checar com antecedência, especialmente se houver alguém com mobilidade reduzida, porque o mar pode ser agitado.

Onde se hospedar para fazer o passeio

Aqui está uma dica importante que aprendi na prática: faça o passeio saindo de Isla Mujeres.

Escolher Isla Mujeres como base para o tour de tubarões-baleia foi uma das melhores decisões que tomei. O passeio, que começa cedo entre 7h30 e 8h e dura de 6 a 8 horas, é fisicamente exigente, e estar hospedado na ilha elimina o estresse de longos deslocamentos. Quem sai de Cancún, Playa del Carmen ou Tulum enfrenta uma verdadeira maratona de deslocamentos:

  • De Playa del Carmen: mais de 1 hora de carro até Cancún.
  • De Tulum: quase 2 horas de carro até Cancún.
  • De Cancún: precisa pegar ainda o barco para Isla Mujeres.

Isso tudo antes mesmo de entrar na lancha que leva até os tubarões-baleia. Ou seja, você irá precisar acordar às 4h30 ou 5h, o que é exaustivo, especialmente para famílias ou quem não quer uma maratona. Em Isla Mujeres, a marina fica próxima de vários hotéis, permitindo um início de dia tranquilo e mais energia para aproveitar a experiência.

Além da praticidade, Isla Mujeres é uma graça: vila charmosa, boa gastronomia, atmosfera tranquila e várias outras atrações para preencher sua estadia.

A jornada de barco e a travessia até os tubarões-baleia

O passeio começa cedo, por volta das 7h30 ou 8h. A partir dali, são 1h a 1h30 de navegação em lancha rápida, percorrendo algo entre 15 e 30 milhas náuticas (cerca de 28 a 55 km).

A lancha era rápida e confortável, mas o mar batia forte, balançando tudo. No meu grupo de dez, três pessoas passaram mal e vomitaram, uma delas bem feio. Então, se você enjoa fácil, tome um remédio antes – eu tomei e escapei. A velocidade faz o barco pular nas ondas, o que pode machucar se você não se segurar direito. Por isso, pense duas vezes se levar crianças pequenas ou idosos.

O momento tão esperado: nadar com o tubarão-baleia

Depois de mais de uma hora de navegação intensa, finalmente chegamos à área onde os tubarões-baleia costumam se alimentar. A primeira reação é de encantamento, mas rapidamente vem a realidade: dezenas de barcos concentrados no mesmo ponto, turistas se aglomerando nas bordas e guias tentando organizar a confusão. É tanta movimentação que mal me lembrei de pegar a câmera para registrar o caos.

Esquema do mergulho com os animais

O mergulho segue um esquema bem definido. Cada barco divide os passageiros em duplas, e o guia organiza a ordem de entrada na água. O piloto, atento ao mar, avista o tubarão-baleia e dá o sinal — é nesse instante que a primeira dupla salta junto com o guia. Ao retornar, já cansados e ofegantes, a vez passa para a dupla seguinte, e assim o ciclo se repete até que todos tenham mergulhado.

Mas tudo acontece num piscar de olhos. Por mais calmos que pareçam, esses gigantes nadam com uma agilidade impressionante. Mesmo que você seja um bom nadador, não vai conseguir acompanhar o ritmo por muito tempo. Cada imersão dura entre 5 e 10 minutos, e a experiência varia bastante: às vezes o tubarão passa tão perto que você quase sente o deslocamento da água; em outras, ele aparece mais ao fundo, exigindo sorte e atenção redobrada. É a natureza em seu próprio ritmo — imprevisível, breve, mas inesquecível.

Eu tive sorte: em uma das imersões, vi dois tubarões juntos, o que foi incrível! Mas depende da natureza – pode ser que o seu esteja mais longe ou sozinho. E sobre avistar ou não: é raro não ver nenhum, menos de 5% das vezes, especialmente no pico da temporada (junho a setembro). Se acontecer, as agências não reembolsam, mas podem oferecer desconto para outra tentativa. Vale a pena perguntar isso antes.

Tubarão-Baleia no México

Bônus extra

Além disso, no meu barco, após o segundo mergulho, o capitão ofereceu um terceiro mergulho extra — o que, oficialmente, não é permitido. Como não havia fiscalização por perto, aproveitamos. Pode ser que isso aconteça em outros passeios também, mas depende da tripulação. Ao aceitar o mergulho extra, devido ao tempo apertado, tivemos que abrir mão do snorkel na região de Isla Mujeres. Para mim, valeu a pena!

Dicas práticas para aproveitar melhor

Ao longo da experiência, percebi alguns pontos importantes:

  • Fotos e vídeos: algumas agências cobram até US$ 50 pelo pacote de imagens, mas muitas vezes a qualidade cai quando enviada por WhatsApp. Em outras, o guia acaba tirando fotos com seu equipamento sem cobrar nada. Converse antes com a agência escolhida e avalie se vale a pena usar sua própria câmera ou se prefere comprar à parte. O bom de comprar um pacote é a liberdade em poder aproveitar mais o passeio com os animais.
  • Leve uma câmera adequada: eu usei GoPro e Insta360, e as imagens ficaram incríveis! Não confio em capinhas de celular, então nem cogitei essa opção – a água é profunda, sem fundo visível, e perder o telefone seria um pesadelo. Porém, no meu grupo, havia muita gente apenas com a capinha mesmo. Veja um vídeo que fiz com a Insta360 aqui.
  • Espere por aglomeração: é uma experiência comercial, com muitos barcos no mesmo lugar. Vá preparado.
  • Nade bem se puder: quem tem mais preparo físico aproveita melhor os minutos com o animal.

O lado não tão perfeito do mergulho com tubarão-baleia

Por outro lado, nem tudo foi perfeito. O passeio é claramente comercial — uma verdadeira aglomeração de embarcações ao redor do mesmo animal. É o tipo de situação em que você pode levar uma nadadeira na cara ou se atrapalhar no meio da multidão. Mesmo sendo um bom nadador, achei tudo bem agitado demais. Alguém com menos experiência na água até pode aproveitar, mas certamente desfruta menos da experiência.

Mais preocupante ainda é o impacto dessa interação intensa sobre os tubarões-baleia. Estudos indicam que a presença humana em excesso pode gerar estresse no animal, observável por meio de alterações no comportamento, como aceleração, mudanças abruptas de direção e maior gasto energético — o que afeta sua alimentação natural e pode até alterar o ecossistema local. Além disso, o excesso de embarcações e turistas contribui para a poluição na área.

Felizmente, o governo mexicano, por meio de órgãos como a SEMARNAT (Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales), implementou diversas iniciativas para regulamentar essa atividade, cujas regras foram descritas anteriormente. Além disso, os operadores turísticos precisam estar certificados pelo governo e seguir normas estritas de conservação.

Essas normas mostram que há uma tentativa clara de equilibrar turismo e preservação. Mas ainda acredito que poderia haver um controle mais rígido da quantidade de barcos e visitantes por dia — mesmo que isso aumentasse o custo, provavelmente reduziria o impacto e elevaria a qualidade da experiência para todos.

Apesar das falhas, não me arrependo de ter vivenciado a experiência — foi inesquecível. Mas, se pudesse, na próxima vez buscaria algo mais tranquilo e menos comercial, com menos barcos e um contato mais genuíno com a natureza.

O retorno e o almoço em Isla Mujeres

A volta foi intensa: mais 1h30 de navegação em mar batido, com a lancha acelerando sobre as ondas e sacudindo sem parar. Confesso que cheguei em Isla Mujeres completamente exausta, com a sensação de ter gasto toda a energia no mar. Mas a expectativa de uma pausa tranquila compensava o desgaste.

E para o almoço, nada de restaurante na praia. O ceviche e o guacamole foram preparados ali mesmo, no barco, e servidos em um apoio improvisado que boiava no mar raso. Todo mundo desceu da lancha e se espalhou em volta, com a água batendo na cintura, provando a comida fresquinha.

A cena era surreal: aquele azul caribenho em todas as direções, os barcos ao redor e a comida simples, mas deliciosa. Foi um dos melhores ceviches que já comi na vida — não só pelo sabor, mas pela experiência única de almoçar literalmente no meio do oceano. Um final leve e descontraído depois de um dos passeios mais intensos da minha vida.

E no final valeu a pena?

Chegando de volta, eu estava cansada, mas feliz. Dormir em Isla Mujeres ajudou na recuperação – curti a noite com um jantar local, refletindo sobre o dia. No geral, não me arrependo: ver aqueles animais de perto é fantástico, uma lição de humildade perante a natureza. Porém, da próxima, optaria por algo mais exclusivo, menos lotado, para uma conexão mais profunda.

Se você planeja ir, pesquise bem, priorize sustentabilidade e prepare-se fisicamente. É uma experiência única, mas lembre: respeite os animais e o oceano. Eu saí com memórias eternas e um respeito maior pela vida marinha. Recomendo de coração!

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Sobre o Autor

Camila Ruiz
Camila Ruiz

Apaixonada por trilhas, mergulho e tudo que envolve o contato com a natureza, compartilho experiências reais de viagens que vão além do comum. Se você também acredita que viajar é uma forma de reconexão com a vida e busca experiências que inspiram, convido você a fazer parte dessa jornada.

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