A Surpresa das Pirâmides de Cobá: Um Passeio Incrível na Riviera Maya

Pirâmides de Cobá

Buscando algo novo depois de Chichén Itzá

Minha segunda viagem ao México me levou, desta vez, às tão faladas Pirâmides de Cobá — uma escolha bem diferente da gigante Chichén Itzá, que eu já tinha visitado na viagem anterior em 2018. Queria algo mais sossegado, com história, mas sem o turbilhão de gente que vimos lá. Logo, como eu estava hospedada em Playa del Carmen, isso parecia a pedida perfeita: uma batida de carro e uma manhã ou tarde cheia de descobertas, sob a sombra das árvores e longe da multidão.

Cobá entrega uma experiência incrível com a cultura maia, e traz uma mistura serena de aventura, mistério e beleza natural bem no coração da península de Yucatán.

A Jornada de Playa del Carmen a Cobá

Saindo de Playa del Carmen, onde eu tava hospedada, a viagem até as pirâmides de Cobá foi super tranquila, uma transição suave do agito da cidade pra calmaria. A distância é de aproximadamente 110 km, o que dá por volta de 1h30 de viagem por estrada, pegando a Highway 307 e depois a 109 em direção a Cobá.

Há outras opções, como ônibus ADO (fazendo conexão em Tulum) ou coletivos (vans compartilhadas), porém com horários mais restritos e menos flexibilidade. Mas minha recomendação é: vá de carro — dá liberdade, segurança e você vai no seu tempo. Decidir ir por conta própria, sem um pacote fechado, foi a melhor coisa, me deu a liberdade de explorar no meu tempo, sem aquela correria de cronograma.

Horários e Custos de Entrada em Cobá

Ao chegar às ruínas de Cobá, você primeiro tem que arcar com o custo do ejido, que é uma taxa comunitária destinada à comunidade da região. Em agosto de 2025 estava 120,00 pesos mexicanos por pessoa, e depois também arcamos com o valor de MXN 80,00 pelo estacionamento do carro. Depois de estacionar, para entrar no sítio arqueológico em si, é necessário pagar uma outra taxa de MXN 100,00 por pessoa para o INAH. Na hora as cobranças acabaram me surpreendendo e não entendi, por isso acho importante trazer esses detalhes aqui.

O local fica aberto todos os dias das  8h às 17h, sendo a última entrada às 16h.

Caso queira informações atualizadas, acesse aqui.

Sítio Arqueológico em Cobá

Chegando ao sítio arqueológico: entrada e primeiros contatos

Logo na entrada fomos abordados por vários guias oferecendo seus serviços. Se você não contratou um passeio previamente, essa é uma opção natural. No nosso caso, ficamos com um pouco de receio no começo, mas acabamos pagando MXN 500,00 por cerca de uma hora de explicação. Foi definitivamente uma boa escolha — o guia nos levou pelas primeiras ruínas e compartilhou detalhes sobre o local, o que tornou o passeio muito mais rico.

O bom é que, caso você esteja em um grupo maior, poderá dividir esse valor com outras pessoas. Mesmo estando somente eu e meu esposo, achamos que valeu a pena!

Cobá: o coração de uma antiga civilização maia

Um mergulho na história de Cobá

Para entender a real importância de Cobá, a gente precisa voltar no tempo. O nome “Cobá”, em maia, significa “águas agitadas” ou “água com musgo” — referência direta aos lagos que cercam a região. Essa antiga cidade-estado foi uma das maiores e mais influentes da civilização maia na Península de Yucatán.

O auge da cidade maia

Cobá viveu seu período de maior esplendor entre os anos 300 e 900 d.C.. Estima-se que tenha abrigado mais de 50 mil moradores, exercendo forte domínio político e econômico sobre uma vasta área.

Ao contrário de outras cidades maias que desapareceram após o auge, Cobá se manteve importante por muito tempo graças à sua localização estratégica entre lagos e, principalmente, à sua rede impressionante de sacbé.

As estradas de pedra: o poder do sacbé

Os sacbé eram estradas elevadas de pedra que conectavam Cobá a outros centros maias. E não era pouca coisa: Cobá chegou a ser o centro da maior rede de sacbé do mundo maia antigo, com mais de 50 estradas.

A mais longa delas tinha cerca de 100 quilômetros e ligava Cobá à cidade de Yaxuná. Esse sistema avançado facilitava o comércio, a comunicação e consolidava ainda mais a influência de Cobá na região.

O que ainda está por descobrir

O sítio arqueológico de Cobá é gigantesco, e boa parte dele ainda não foi escavada. Isso significa que muita coisa sobre a cidade ainda pode ser revelada nos próximos anos.

As construções mais famosas de Cobá

Entre os grupos mais visitados e estudados estão:

  • Nohoch Mul – o “grande monte”, com 42 metros de altura, é a pirâmide mais alta do norte da Península de Yucatán.
  • Grupo Cobá – área central com templos e estruturas administrativas.
  • Grupo Macanxoc – famoso por suas estelas esculpidas.
  • Grupo Las Pinturas – onde foram encontradas construções coloridas e ricas em detalhes.

As estelas, em especial, são pedras esculpidas com textos e imagens que contam sobre rituais, governantes e aspectos religiosos dos maias. Elas funcionam quase como “livros de pedra”, registrando a história da cidade.

Importância das estelas

Essas estelas em Cobá são super importantes, porque elas dão um monte de informações sobre como os maias viviam e no que eles acreditavam. Elas serviam pra várias coisas, desde comemorar eventos importantes e vitórias em guerras até registrar rituais religiosos e a árvore genealógica da realeza. A quantidade de detalhes nessas inscrições mostra o quanto a civilização maia era avançada e como eles tinham uma conexão profunda com o tempo e o universo. Então, explorar Cobá não é só ver ruínas antigas, é também desvendar os mistérios de um povo que deixou uma marca enorme na história da humanidade.

Estela de Cobá
Exemplo de uma estela.

Explorando o Coração de Cobá: Bicicletas, Triciclos e a Imponente Nohoch Mul

Depois da aula com o guia, a aventura por Cobá continuou. O lugar é gigante, e a pirâmide principal, a tal da Nohoch Mul, fica a uns dois quilômetros da entrada. Tem gente que se arrisca a ir a pé, mas com o calorão da Riviera Maya, eu não recomendo. Ainda bem que Cobá tem umas opções de transporte que deixam a exploração bem mais legal e prática.

Duas opções se destacam: alugar uma bicicleta ou usar os “triciclos” que são tipo uns táxis-bicicleta, onde a galera te leva numa cestinha na frente. O triciclo, que cabem até três pessoas, custava uns 300 pesos. Achei que não precisava pagar por ele. Minha escolha, e que foi a melhor decisão, foi alugar uma bicicleta por MXN 80,00 por pessoa. O caminho até a Nohoch Mul é reto, cheio de sombra das árvores da selva, e super tranquilo. Pedalar por ali, no nosso ritmo, foi uma delícia, deu pra curtir a paisagem e o clima do lugar sem pressa.

Pedalamos por mais ou menos um quilômetro até chegar numa bifurcação. O lugar é bem sinalizado, então é fácil seguir em direção à pirâmide. No meio do caminho, aparecem várias outras ruínas menores no meio da selva, que te convidam a parar e imaginar como era a vida ali antigamente. Essa liberdade de parar e explorar cada cantinho fez a visita ser ainda mais pessoal e imersiva. Depois de mais ou menos uma meia hora, com direito a várias paradas, finalmente chegamos na grande pirâmide!

Conquistando Nohoch Mul: a joia da coroa de Cobá

Finalmente, chegamos a Nohoch Mul, a pirâmide mais alta de toda a Península de Yucatán, com seus imponentes 42 metros — superando até mesmo a famosa El Castillo de Chichén Itzá. Essa é a grande estrela de Cobá e, por muito tempo, um dos poucos lugares onde ainda era permitido subir os degraus íngremes até o topo.

No entanto, quando visitei, a pirâmide estava passando por obras de restauração nos degraus, justamente para melhorar a segurança dos visitantes. Por isso, não tive a oportunidade de subir. Confesso que fiquei com aquela sensação de “quase lá”, mas também entendi a importância da preservação. Ainda assim, só de imaginar a experiência de alcançar o topo, com a selva se estendendo infinitamente em todas as direções, já dá para sentir o impacto do que deve ser uma das vistas mais incríveis da região.

Mesmo do chão, a grandiosidade de Nohoch Mul impressiona. Construída em nove níveis durante o Período Clássico Tardio, ela serviu como templo e possivelmente como observatório astronômico. É um testemunho vivo da engenharia maia, com seus alinhamentos precisos e sua resistência ao tempo.

Explorando os cantos menos conhecidos: ruínas, construções e surpresas

Após Nohoch Mul, voltamos à bifurcação e exploramos a outra direção, em direção a grupos como Macanxoc. Essa área parecia ainda mais intocada, com estelas narrando histórias dinásticas e uma sensação de descoberta contínua. Notamos construções por toda parte — trabalhadores restaurando caminhos, construindo áreas de descanso com sombra e melhorando a sinalização. Parece que Cobá está se preparando para receber mais visitantes, o que é empolgante, mas também um lembrete para ir agora, enquanto ainda é relativamente tranquilo.

Não perca as quadras de jogo de bola espalhadas pelo sítio; elas são menores que algumas, mas evocam a intensidade do jogo pok-a-tok. Passamos mais uma hora ou mais vagando, tirando fotos e absorvendo a atmosfera antes de devolvermos as bicicletas.

Arena de Jogos em Cobá
Quadra de jogo de bola.

Dicas essenciais para sua visita a Cobá

Quando a gente voltou e entregou as bicicletas – sem limite de tempo pra usar, o que é ótimo! –, a sensação de ter aproveitado muito e de ter tido uma experiência incrível era demais. Na entrada do parque, tem um monte de lojinhas que vendem artesanato local e lembrancinhas, além de restaurantes pra comer alguma coisa. Mas é bom lembrar que, apesar de ter uns pontos de venda de comida e bebida lá dentro, o ideal mesmo é já levar tudo o que você vai consumir. Água, principalmente, é fundamental, por causa da umidade e do calor da região.

Cobá é um passeio pra fazer com calma, dedicando pelo menos meio período pra explorar tudo. A tranquilidade do lugar, a imersão na natureza e a história maia riquíssima te convidam a uma jornada sem pressa. E pra quem quiser estender a aventura, dá pra combinar a visita a Cobá com um mergulho em algum dos cenotes da região. Cenotes são tipo piscinas naturais de água cristalina e subterrânea. Assim, você fecha o dia com chave de ouro na Riviera Maya.

Resumindo:

  • Planeje como meio-período: É um passeio que pode ser muito bem aproveitado em algumas horas, com calma.
  • Chegue cedo: Como o sol aperta demais e os grupos chegam depois, começar cedo torna tudo mais tranquilo.
  • Leve água e snacks: A oferta dentro é limitada.
  • Alterne já com cenote: Uma boa forma de relaxar após a aventura. Muitos ficam no caminho de volta.

Valeu a pena visitar as pirâmides de Cobá?

Minha experiência em Cobá foi, sem dúvida, um dos pontos altos da minha viagem ao México. A mistura da história maia com a beleza natural da selva, a paz do ambiente e a liberdade de explorar no meu ritmo, fez com que essa visita virasse uma lembrança super especial. Cobá não é só um monte de ruínas; é um convite pra uma viagem no tempo, uma chance de se conectar com um povo fascinante e de descobrir um lado menos conhecido e igualmente encantador da península de Yucatán. Se você tá procurando uma aventura de verdade e que te enriqueça, Cobá é o lugar perfeito!

Sobre o Autor

Camila Ruiz
Camila Ruiz

Apaixonada por trilhas, mergulho e tudo que envolve o contato com a natureza, compartilho experiências reais de viagens que vão além do comum. Se você também acredita que viajar é uma forma de reconexão com a vida e busca experiências que inspiram, convido você a fazer parte dessa jornada.

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